Bom! Eu sempre gostei de ler, também de escrever... Ah! Escrevi algumas peças de teatro, até uma trilogia “Entre Mundos e Dentro do Tempo”. Magia! Com certeza fala de magia, de romance, de amizade, de sabedoria e de amor, ai de amor. Cheguei até a esboçar algumas canções, talvez em momentos de loucura, de transe ou de sei lá o que. A minha mente é bem complexa (qual mente não é?). Eu viajo bastante num mundo paralelo ao nosso, nos mundos melhor dizendo. Aliás, eu estou em qualquer lugar, menos aqui. Aqui é chato, as pessoas são chatas (nem todas, mas a maioria), eu sou chato, bem chato. Tudo parece-me muito estranho e o dito normal pra mim é difícil de entender. Eu gosto do não convencional, até do antissocial, é que tudo tem um charme que sempre acrescenta. Uau! Já ia esquecendo, eu tenho um canal no Youtube com foco em variedades e espiritualidade. Também estou nas redes sociais e por enquanto e nenhuma página policial. Tenho também o padrão social, estudei (Nossa!!! Estudei bastante...), trabalho no serviço público, trabalho com animais pessoas, animais-animais, pessoas animais, enfim, trabalho. Tenho família, tenho amigos, bons amigos, grandes amigos. Tenho dependência afetiva com alguns desses amigos. Tomo medicamentos (até psiquiátricos, putz!!!), pratico exercícios (hum!!! Delícia), me alimento corretamente e às vezes incorretamente porque a comida é boa ao meu paladar. Sou intenso, sou sensível, não sou simpático, tenho um coração bom, mexe comigo mexe! Cozinho, limpo, lavo, não passo, saio, danço, bebo (socialmente “sei”), cigarros e drogas ilícitas, to fora. Apoio as putas, os gays, os loucos, os artistas. Eu também sou artista, ator dizem, com DRT e tudo. Contemplo a natureza, nela reside o Grande Espírito do Bom Deus a quem sou grato e tenho fé. É...Somente com muita fé pra aguentar tanta loucura. Eu rio de coisas absurdas e me emociono com coisas que ninguém dá importância. Sou de câncer com ascendente em sagitário e lua em leão, ou seja, nada é fácil de se entender. Acordo de mau-humor e preciso de café. Por ser eu hiperativo, sou ansioso (com direito a crises generalizadas [assim classificou o psiquiatra]). Têm momentos, horas, quase sempre que prefiro estar só, a solidão me faz bem e me dá paz. Paz! Não tire a minha paz, eu viro bicho. Não ligo pra opinião que não me acrescenta. Sou um anjo, mas posso ser perfeitamente um demônio. Sou adepto ao Druidismo Celta praticante de um Círculo de Magia; feiticeiro, mago, druida, afins, blá-blá-blá, algo do gênero. Macumba não, por favor, macumbeiro não é bem meu estilo. Bruxo! Talvez, gosto desse termo, sou bruxo. E daí? E daí que eu resolvi criar esse blog e escrever histórias, contos, canções (quem sabe), piadas, pensamentos, alucinações, dramas. Escrever, escrever, escrever... É isso!

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Com gratidão somos felizes...

Como espíritos, estamos neste plano para evoluir. Como almas, estamos eternamente conectados com o que nos torna possível, o Criador. E como pessoas, estamos na incansável busca pela felicidade. Procuramos o caminho do sucesso profissional, da prosperidade financeira e viver um grande amor. Mas será que existe essa tal felicidade ou ela seria mais um ideal hipotético? Limitados que somos achamos que ela vem do que é palpável até nos depararmos com o paradoxo de que há pessoas ricas, bem sucedidas profissionalmente e amorosamente, porém infelizes. Por que aspiramos tanto por encontrar tal elixir quando ele está mais perto do que imaginamos, quando ele está na gratidão que trazemos dentro de nós. Quando somos gratos pelo que temos e pelo que somos, espiritualmente evoluímos e magicamente nossa alma conecta-se ao Sagrado, ao Divino e tudo se torna possível, até mesmo essa tal felicidade. Seja grato sempre, pois o Criador te fez como uma estrela. Intenso, pulsante e repleto de brilho. Ilumine-se e irradie a luz que te faz perfeito!

sexta-feira, 7 de março de 2014

Sangue nobre

A região de Abraham era cortada por vales e montanhas fascinantes. O clima era agradável na maior parte do ano, com suaves brisas sulinas e céu coberto por uma fina camada de nuvens que impedia a luz do Sol de ultrapassar. Esse clima era propício às chuvas, algumas épocas elas eram constantes sendo que no inverno até a neve dava o ar de sua graça fazendo a temperatura despencar abaixo de zero. Sobre as montanhas, majestosas árvores formavam grandes bosques cercados de campos com predominância de alecrim. A arquitetura local lembrava muito as construções medievais, vilas eram bastante comuns na região e até impressionantes castelos ali existiam. Era num desses, o Castelo de Ludham, que vivia a mais nobre descendente da última linhagem real dos Coans, a rainha Helena. Uma família de nobres reis e rainhas que deram início a colonização de Abraham. A região não vivia em regime monárquico desde o falecimento dos tataravós de Helena, mas ainda assim os nobres Coans influenciavam na administração local.
Numa outoniça noite de Abril, Helena caminhava no bosque de Gerard, cujo nome homenageava o primeiro dos nobres Coans, soprava uma brisa suave, o céu estava límpido e estrelado e a rainha vestia um charmoso sobretudo azul real, luvas e cachecol de plumas. De beleza deslumbrante, Helena era alta, olhos verdes e cabelos negros ondulados, uma verdadeira dama cujos lábios eram marcados por um forte batom vermelho. Em meio às árvores ela sentia aquela atmosfera intensa, abria os braços como se a energia emanada do local lhe trouxesse paz espiritual. Deitou sobre as folhas caídas da estação e fechou os olhos respirando lenta e profundamente, de repente um farfalhar penetrou seus ouvidos fazendo-a despertar de seu transe. Rapidamente se pôs de pé e perguntou quem estava ali, não obteve resposta. Recompôs-se e começou a caminhar em direção ao castelo de Ludham, Helena tinha a sensação que estava sendo observada. Ela olhava para trás na esperança de encontrar alguém, concluiu que era algum animal e foi para o castelo. Ao chegar deparou-se com o relógio sobre a lareira da sala marcando uma da manhã, seguiu para seu quarto para então banhar-se em sua banheira de ervas, pétalas e sais. Na sacada de seu quarto a janela entreaberta fazia com que a brisa balançasse as cortinas brancas, atrás delas um homem forte, loiro, olhos negros penetrantes e pele pálida como a neve a observava. Ela terminou seu banho, secou-se e colocou uma camisola de seda rosa, penteou seus cabelos e foi até a sacada, deu um grito ao ver aquele homem. Mas, ele pediu para ela ficar calma que ele não iria lhe fazer mal. Como ela continuou a gritar, ele a segurou e olhou dentro dos seus olhos compelindo-a. Hipnotizada ela acalmou-se e perguntou quem era ele e o homem cordialmente beijando em sua mão apresentou-se como Erick. Desconfiada Helena quis saber como ele havia subido até ali sem que ninguém o visse, ela não compreendia como ele havia passado pela guarda que ficava na porta do castelo. Ele disse que havia subido agarrando-se nas paredes e ela disse que era impossível uma vez que o castelo tinha mais de trinta metros de altura. Com medo, mas compelida a não gritar por socorro ela rapidamente entrou para seu quarto e percebeu que Erick não a seguiu. Estranhando a atitude dele e não querendo acreditar na possibilidade de que aquele homem poderia não ser humano resolveu perguntar-lhe: - O que é você?

- Eu sou um vampiro – respondeu ele olhando fixamente para ela que imediatamente recuou para próximo à porta de seu quarto com olhar assustado. – Não tenha medo, não posso lhe causar mal estando onde estou.
- Fique longe de mim – disse ela. – Eu não irei convidá-lo para entrar.
- Te observo todos os dias, todas as noites, em quase todas as suas atividades desde quando você nasceu, se eu quisesse causar algum mal a você já teria feito – disse ele cuja voz emitia um som que enfeitiçava todo o corpo de Helena.
Tomada pela voz do vampiro e sentindo verdade em suas palavras, ela soltou a maçaneta da porta que segurava e enchendo-se de coragem foi até a sacada e o abraçou fortemente. Sentiu-se completamente envolvida por Erick e concluiu ser louca por fazer aquilo diante do que seria um monstro. O calor do corpo de Helena fez vibrar o corpo do vampiro fazendo-o beija-la profundamente. O beijo trouxe a ele uma temida sensação ao tocar o pescoço da bela, a veia da jovem pulsava um líquido quente e tentador desequilibrando todo controle que Erick estava tendo ao lidar com a moça, a intensidade com que ela o abraçava e o beijava tornou-se propício para sua natureza revelar-se e ele a mordeu vagarosamente fazendo-a gemer de dor e prazer. Um prazer que a fez perder a cabeça e entregar-se. Uma sensação mais forte que o ápice sexual e mergulhada naquele êxtase, ela caiu sobre ele que alimentado a tomou em seus braços e saltou da sacada rumo ao bosque para recostar-se abaixo de uma árvore acariciando Helena por horas até que ela despertou e ele desapareceu. Assustada e liberta daquela inebriante sensação ela tocou seu pescoço e percebeu que não havia nenhum ferimento ou rastro de sangue. Ainda absorta foi para o castelo olhando para todos os lados como se procurasse alguém. Ao chegar em seu quarto, deitou-se sobre sua cama e adormeceu mergulhada na incerteza do que de fato havia ocorrido.  
  

domingo, 26 de janeiro de 2014

Mistério na Rua das Macieiras

De repente um barulho estranho, abafado, seco, parecia ter vindo da grande casa amarela onde vivia uma professora aposentada e seu filho que aparentava estar na faixa dos 20. O estranho barulho fez com que Rafael pulasse assustado de sua cama onde estudava em meio aos livros de Biologia. Ele correu até a janela e afastou a cortina para olhar pra fora, de movimento somente a chuva torrencial que caia na fria tarde de verão. Era sábado, tudo aparentemente estava calmo, mas a calmaria era rotina na rua das Macieiras então não havia motivo para Rafael estar preocupado o que o levou a voltar para seus estudos. Afinal, ele estava quase terminando sua tese de mestrado na área de autópsia. Rafael era um jovem de 25 anos, magro, estatura mediana, cabelos e olhos castanhos claros, um moço introspectivo e inteligente que estava concluindo sua pós-graduação em nível de mestrado de uma renomada universidade federal. Rafael perdeu a concentração, não conseguia mais fixar a cabeça nos estudos, seu pensamento mergulhara naquele clique seco que para ele era o som de um disparo de arma de fogo. Ele foi até a cozinha preparar um chá, mas resolveu beber vinho, serviu-se e voltou para o quarto; outro barulho, a taça na mão de Rafael se estilhaçou no chão manchando de vinho o tapete branco que decorava o piso do quarto, mesmo tomando um susto ele correu até a janela e olhou novamente para a casa amarela, mas não viu nada. Porém, ele sabia que o barulho tinha vindo de lá. A casa era de frente pra dele, a única casa vizinha da rua, só uma quadra depois haveria novos vizinhos. Estranho, muito estranho, pensou Rafael que cogitou a possibilidade de ir até lá e foi. Vestiu um moletom e uma capa de chuva e foi até a casa amarela, bateu na porta que fora atendida pela tal professora.
- Precisando de alguma coisa Rafael? – Perguntou ela estampando no rosto um simpático sorriso.
- Está tudo bem por aqui? – Perguntou ele avistando dali mesmo da porta o filho da professora que assistia televisão e lhe acenou. – Digo, eu escutei dois barulhos, pareciam tiros.
- Tiros? Em nossa rua Rafael? Você ouviu algo filho? – Perguntou ela dali mesmo.
- Não – respondeu o jovem vindo até a porta. – Oi Rafa – cumprimentou ele.
- Oi – cumprimentou sem jeito. – Então vou voltar pra casa, descansar um pouco.
- Faça isso e qualquer coisa estamos aqui – disse a professora fechando a porta enquanto Rafael descia uma pequena escada de concreto quebrada. – Uma casa tão bonita com um escada tão feia – pensou ele.
Enquanto cruzava a rua das Macieiras seus pensamentos reproduziam aquele barulho estranho, Rafael tinha certeza que era tiro, dois tiros e que vieram da casa amarela. Mas, ali estava tudo bem. Ele entrou em sua casa e foi limpar os cacos e enrolar o tapete colocando-o próximo a porta da cozinha para depois lavar. A essa altura o relógio marcava vinte uma hora. Era verão, escurecia tarde. Rafael tomou um banho, preparou um macarrão ao molho branco, serviu-se de vinho e jantou assistindo uma série policial na TV. Limpou a cozinha e foi para o quarto meio tonto da garrafa de vinho que bebera, jogou-se sobre a cama e apagou a luz quando o relógio marcou uma da manhã. Quando pensou em adormecer ouviu a batida de uma porta de carro, correu até a janela tropeçando sobre a escrivaninha caindo sobre as coisas, fez uma certa bagunça.
- Efeito do vinho  - disse pra si mesmo rindo e se recompondo.
Chegou à janela e afastou cuidadosamente a cortina. A professora e seu filho estavam em atitude suspeita. Ela olhava para todos os lados enquanto o filho colocava com muito trabalho três sacos pretos dentro do porta mala do carro  para deixar o local em seguida.
- Meu Deus! Eles mataram uma pessoa – pensou ele pasmo, fechando a cortina.
Voltou pra cama e ficou atônito olhando para o teto. Por sua cabeça passava de tudo e para ele o mais estranho é que nunca vira ninguém na casa amarela, só mãe e filho. Assim, dormiu. Acordou com uma batida forte na sua porta, levantou e viu que já passavam das quatro da tarde, sonolento foi atender.
- Bom dia! – Cumprimentou um policial sisudo. – Senhor Rafael?
- Sim eu mesmo – respondeu ainda tonto.
- Você está bem senhor? – Perguntou o policial ao perceber o odor de álcool vindo do jovem.     
- Estou sim – respondeu Rafael. – Ressaca apenas.
- Então o senhor bebeu? – Perguntou o policial fazendo anotações em um bloco de notas.
- Uma garrafa de vinho. Mas, por que o senhor está aqui?
- Posso entrar?
- Responda primeiro minha pergunta – disse Rafael em tom nada agradável.
- O que é aquilo naquele tapete? – Perguntou o policial ao ver o tapete manchado na porta da cozinha nem dando importância ao questionamento do jovem. – Posso ver senhor?
- Aí, entra, aquilo é vinho – disse Rafael cujo corpo parecia mais pesado que o comum e jogou-se sobre o sofá enquanto o policial ia até o tapete analisá-lo.
- Parece sangue – disse o policial anotando.
- O quê? – Indagou Rafael saltando do sofá. – Sangue? Ta brincando.
- Não, não estou – respondeu o policial seriamente. – O senhor deve me acompanhar até a delegacia.
- Por quê? – Indagou assustado.
- Ontem um jovem e uma senhora saíram de casa por volta das 4 da tarde e não voltaram, sendo encontrados hoje por nossos cães farejadores enterrados a cerca de 20 km daqui. Segundo o legista a morte foi causada por tiros. Ainda que ambos os corpos estivessem em pedaços.
- Foram eles – disse Rafael em pânico apontando para a casa amarela. – Eu ouvi os tiros e os vi colocando sacos pretos dentro do porta mala hoje a uma da madrugada.
- Eles quem? – Quis saber o policial.
- A professora e seu filho que moram na casa amarela – respondeu Rafael que andava com certa perturbação de um lado para o outro.
- Meu senhor, ali não mora ninguém – respondeu o policial. – É melhor o senhor me acompanhar até a delegacia.
- Mas eu falei com eles ontem.
- O senhor está bêbado e há fortes indícios de que o senhor esteja envolvido no crime. É melhor me acompanhar – disse o policial bastante alterado e com a mão próxima a arma.
- Tudo bem, eu vou – disse Rafael assustado seguindo-o até a viatura. – Você veio sozinho?
- Sim senhor – respondeu o policial ligando o carro e deixando o local com o jovem.
- Geralmente vocês nunca andam sós.
- Hoje vim só – disse o policial seguindo até um local deserto. – Desce do carro, por favor – pediu gentilmente.
- Onde estamos? – Perguntou Rafael assustado. - O que vai fazer comigo?
- Olhe – pediu o policial mostrando três sacos pretos rompidos com restos mortais dentro.
- O que é isso? Não pode ser – disse Rafael altamente perturbado andando envolta do que um dia fora um corpo. – Sou eu.
- Sim senhor, esse é você. E essa aqui é a professora – disse o policial apontando para os restos mortais de uma mulher.
- Mas como? – Indagou o jovem.
- Vou te contar como tudo aconteceu – disse o policial.
“Era uma tarde de verão chuvosa e João, o filho da professora Marisa havia tido uma discussão com a mãe que acabou em tragédia. Nesta tarde o senhor concluía sua tese de mestrado e ao ouvir o barulho do tiro que atingira fatalmente Marisa, correu até a casa amarela e encontrou João desesperado com as mãos sujas de sangue sobre o corpo da mãe. Ao vê-lo João lhe pediu ajuda e disse que foi um acidente, você acreditou nele e o ajudou a encobrir o crime. Como você era formado na área, você com a ajuda de João, cortaram Marisa anatomicamente e a colocaram num saco de lixo no porta-mala do carro. Você então o trouxe para sua casa; vocês jantaram e tomaram uma ou duas garrafas de vinho e deitaram sobre sua cama e ali se amaram perdidamente. Mas, você acordou perturbado, não acreditava que havia cometido um crime e ainda por cima passado a noite com um homem. João saiu da cama assustado dizendo que iria embora, mas você disse que se ele fosse você o mataria. Iniciou-se uma briga, era objeto para todos os lados de repente João pegou a arma e lhe deu um tiro na cabeça e você caiu sobre o tapete do quarto, tapete este cuja marca se assemelha com vinho. João havia aprendido a lição anatômica e o cortou como você o havia ensinado e o colocou em dois sacos de lixo, enrolou o tapete deixando-o próximo a cozinha, pôs os três sacos de lixo no porta mala do carro e aqui os enterrou indo embora depois. Marisa conseguiu deixar seu corpo e partir, já você ficou preso a sua culpa, àquela rua e àquelas casas adaptando uma história na sua cabeça por anos, mas hoje é o dia de você se perdoar e partir é por isso que eu estou aqui – concluiu o  policial ao instante que os restos mortais desapareceram bem como a viatura”.

- Como sabe disso tudo? Você está morto? – Indagou perplexo Rafael.

- Eu acabei de morrer, trabalhei por oito anos como policial e fui assassinado hoje numa perseguição a bandidos. Tive uma vida de luta combatendo o crime apesar de eu ter cometido dois durante minha vida. Hoje Rafael eu venho te pedir perdão e pedi que você siga sua jornada espiritual. 
- Seu nome? - Perguntou Rafael.
- João - respondeu ele.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

É muita merda




Limpar o galinheiro das galinhas, no caso específico uma galinha com três pintinhos, pode ser inglório para muitos. Mexer na titica se apresenta nojento em todos os sentidos, fede, dá ânsia de vômito, dá vontade de sair correndo mesmo. Mas, uma vez lavado, o galinheiro volta a ter somente cheiro de ave que é bem mais agradável. Já na vida humana muitas vezes estamos imersos na titica, seja a titica que cagamos ou a que cagam em nossas cabeças. Todos os dias lidamos com muita merda e produzimos muita merda. Somos a pior espécie habitando o planeta, porque nossa titica – nossa titica em massa (que não é orgânica) – não é biodegradável e por isso polui, poluímos com lixo (55 trilhões de quilos por ano [é muuuuuita coisa]) nosso sagrado habitat e ainda nos achamos inteligentes, mais que os outros animais, piada né. Já os animais “bicho” só cagam (lixo orgânico reaproveitável pela natureza); se nosso lixo fosse só restos de alimentos (que nem ao menos reaproveitamos como adubo) e nossos cocos, tudo bem. Mas, nossas merdas vão além disso. Então, limpar o galinheiro é fácil, difícil é limpar a nós mesmos no sentido mais intrínseco do ser. Éééééée (risos)! Tem muita gente precisando limpar sua própria titica, porque o que tem de merda vagando por aí...

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

A Magia no alto da colina


O céu estava radiante, já passava da uma da madrugada quando resolvi subir a colina. A Lua Minguante, ainda que minguante, emitia um brilho intenso refletindo nas areias brancas uma luz encantadora. As estrelas emolduravam uma extensa faixa celeste e o vento vindo do norte soprava moderadamente fazendo com que o calor da noite fosse dissipado. No alto sobre uma grande rocha eu invocava a proteção dos Espíritos dos Quadrantes e do Grande Espírito do Bom Deus Dagda. No caldeirão Sálvia e Verbena queimavam purificando a aura e afastando os maus espíritos, era a Magia sendo Praticada e as energias transmutadas. À frente estava o mar calmo e encantador e a minha volta os sons da noite não amedrontavam-me, pelo contrário, traziam-me paz. Era 22 de janeiro de 2014, uma quarta-feira e tudo estava calmo, tudo estava perfeito e eu não estava só.

sábado, 18 de janeiro de 2014

A casa em ruínas

Os dias ensolarados de verão sempre atraiam pessoas para a casa de Jade e Gustavo, todos iriam visitar e fotografar o local. A casa era famosa por suas histórias, histórias que o povo contava. Uma delas era que ali havia um tesouro escondido e só a pessoa certa iria achá-lo. Como a gana por riqueza e poder sempre atraiu o homem, muitos foram levados ao local para realizar escavações sem sucesso. Até historiadores e arqueólogos já exploraram o local com intuito acadêmico. Ninguém nunca encontrou nada, nem mesmo vestígios de qualquer espécie de tesouro, só restos de antigos moradores (nada relevante). A casa tinha um visual deslumbrante com vista para os costões que margeavam a colina onde estava a propriedade, tanto que os turistas que não conheciam as histórias locais iam até lá apenas para fotografar o mar e as formações rochosas que davam ao ambiente uma nuance cinematográfica. 

Quanto a Jade e Gustavo? O casal se incomodava no início com o mexe e remexe dos intrusos no local, mas com o passar do tempo e o insucesso dos exploradores as visitações acabaram por diminuir e as escavações pela busca do tesouro praticamente terminaram restando apenas ruínas.  Como a vida do casal era bastante solitária, sempre que chegava alguém eles se animavam, iam até a mureta próxima à propriedade, esperavam pelos visitantes e os acompanhavam até a casa. Quando as visitas iam embora Jade e Gustavo lamentavam mesmo porque todos que visitavam o local ficavam muito pouco e mal davam atenção para o casal. Eles achavam que era porque uma parte da casa estava em ruína (devido às escavações) e o pessoal não se sentiam bem, alguns chegavam até a comentar sobre histórias fantasmagóricas, como correntes que se arrastavam na calada da noite, barulhos de portas e janelas e até vultos que vagavam por ali na madrugada. Mas, o casal só ria do fato, eles viviam ali havia muitos anos e nunca viram nada semelhante, nem mesmo em assombrações eles acreditavam. 
Ao entardecer de um desses dias de verão, por volta das seis da tarde, uma tempestade formou-se na região, dois jovens rapazes que caminhavam na praia que ficava próxima à casa correram para buscar abrigo. Como eles não conheciam o local, pensaram que ali não habitava ninguém, mesmo porquê grande parte da casa estava em ruínas. Porém, ao chegaram à residência e protegerem-se da chuva dentro de um banheiro semidestruído tomaram um baita susto com Jade e Gustavo que estavam num cantinho encolhidos.
- Vieram se abrigar da tempestade também? – Perguntou um dos jovem ao sentar-se sobre um pedaço de madeira.
- Moramos aqui – respondeu Gustavo abraçado na esposa que parecia atônita.
- Se moram aqui, por que não estão dentro da casa? Aliás, eu nem sabia que aqui morava alguém – disse o outro jovem achando a resposta e consequentemente a atitude de Gustavo e Jade muito estranha.
- É que são seis horas – disse Jade meio dispersa olhando fixamente na direção do mar. – Por isso somos obrigados a ficar aqui.
- Sim, e? – Perguntou um dos jovens trocando olhares desconfiados com o amigo. Eles cada vez entendiam menos o que estava acontecendo.
- Foi exatamente a hora que um raio nos atingiu bem ali –  respondeu Jade apontando para o que um dia fora uma varanda.
- E sempre que ela vem (a tempestade) ficamos aqui olhando repetidas vezes o raio nos atingir e nos fulminar, deve ser nosso carma – acrescentou Gustavo ao estrondo de um trovão.


Os jovens saíram do local gritando apavorados, subiram ainda mais a colina onde estava a casa até alcançarem a estrada de chão que dava acesso a grande avenida. Pararam a primeira pessoa que viram, uma senhora de meia idade, e contaram a ela o que havia lhes ocorrido. A tal mulher ficou impressionada com o fato, uma vez que Jade e Gustavo foram os primeiros moradores da casa e poucos sabiam disso. Eles, Jade e Gustavo, haviam morrido em 1930 atingidos por um raio.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Toda Magia ao brilho da Lua...

É um privilégio poder jantar e olhar a majestosa Lua Cheia que brilha no céu através da porta de sua casa. É... eu tenho esse privilégio. A Lua nos inspira, nos encanta, nos apaixona, tira até aquela sensação de querer esganar uns e outros. Ela é toda mágica e traz uma atmosfera mística que ativa a sensibilidade dos que vagam pelo mundo praticando a Sagrada Arte. É o que irei fazer, vou reunir os materiais, tomar um belo banho, acender um bom incenso e velas elementares e colocar o caldeirão pra ferver. Sálvia e Verbena; ta aí uma combinação que afasta qualquer mau espírito e joga pra terra aquilo que precisa ser transmutado. Estou bem bruxo hoje, o dia todo recebi sensações – boas sensações, até alguns incômodos ficaram de lado, o jeito é esperar e ver o que acontece. Até que hoje estou bem (exceto pelo joelho que dói, o joelho e os dentes do maxilar “pra que aparelho, pra quê?”) e olha que a semana não tem sido fácil e minha paz bastante perturbada. As conversas do dia com uma amiga ultrapassaram a estratosfera bah!!! Bora Entregar à Dagda, afinal de contas o que não se consegue pelas vias humanas, pelas mágicas hão de prosperar há-há-há!  

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Entre goles e mordidas

Hoje coadjuvei uma história muito louca, hoje não, ontem. É! Já passam da uma da madrugada e o certo seria dizer que o fato ocorreu ontem, mas eu não dormi ainda, logo considero como sendo o mesmo dia, mas.... enfim... o importante não é saber se foi ontem ou se é hoje ou amanhã e sim o que ocorreu. Pois bem, estava eu numa lanchonete tomando suco de caju (delícia) e comendo pastel integral de brócolis (amo) quando a minha frente estava uma mulher que aparentava uns 40 e tantos anos e sua filha de 18, a filha tinha 18 mesmo porque a mãe dela, no caso essa senhora, comentou a idade da jovem durante a conversa que estava tendo com a mesma. Eu não sei muito bem como o papo começou,  eu na real comecei a me interessar pela conversa (enxerido) quando a mãe incentivava a filha a ficar com um cara que segundo ela era rico, tinha casa, carro, grana e a puta que pariu. Porém, a filha dizia que não gostava dele e que tinha até nojo porque o cara pegava homem e mulher. Mas, a mãe disse que isso não importava desde que ele oferecesse uma vida boa pra ela, ele podia comer fora, era só ela fingir que não via que o importante era estar com os bolsos cheios e no conforto. O problema é que a jovem estava afim de um amor (e quem não está?) e não de um homem que lhe comprasse o mundo. Ta aí uma história muito louca! Eu concordo que a mãe quisesse que a filha tivesse um futuro com mais conforto ao visar os bens do jovem que segundo elas tinha também 18 anos (e aos 18 já pegava de tudo, ou seja, queria o mundo embrulhado pra presente, aff), mas uma coisa é querer conforto outra é propor que a filha feche os olhos diante as “puladas de cerca do rapaz”, se a filha assim o fizesse estaria sendo corna assalariada. Bem, tem gente pra tudo nesse mundo inclusive pra fazer coisa do gênero acrescida de mais podridão. Só que certas loucuras não podem partir de uma mãe né, porque aí vira tudo putaria mesmo. Cá entre nós, mãe cafetina não dá, por favor. Já imaginou a situação dessa jovem podendo ser rotulada literalmente como “a filha da puta”.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

O bolo de chocolate e o cinismo

Nada melhor do que comer um bolo de chocolate coberto de leite condensado numa tarde ensolarada de verão tendo o mar a minha vista. Não, não tomo sol, e a praia vou apenas quando ele - o sol - desce à oeste. Uso ácido na face e tenho o pleno conhecimento que torrar não acrescenta em nada, só nos coloca precocemente aos efeitos que virão naturalmente com a idade. Café! Tá aí uma bebida fabulosa, me deixa mais hiperativo, mas a energia por ele conferida me dá disposição pra viver, um ato que muitas vezes é custoso. O dia hoje pediu Deborah Blando, escutá-la traz paz pra gente, a voz e o talento da diva são mágicos. Hoje estou procurando entender o porquê da vida ser mesmo um cinismo, como assim classificou uma amiga. Será porque a inerente hipocrisia que nos faz parte está exacerbada ao nosso cotidiano? Muitas interrogações me pairam. Vou ficar com isso na cabeça por longas horas... “cinismo”...

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Todo mundo me ama...

Quando você está solteiro, assim meio ninguém, ninguém chega pra você e diz: “pow, to afim, quero dar, comer, beijar, chupar, enfim, quero você”. Aí você começa um relacionamento amoroso. Vem a vizinha, o vizinho, o amigo, a amiga, o padre, a freira, o bispo, o padeiro, a faxineira, a amiga da amiga da sua vó, o primo de décimo grau, a prima que tomou banho com você na infância e que você considera uma irmã, a colega de trabalho, o médico, o Jaspion, as panteras, as putas, os putos, o cachorro da vizinha, o raio que o parta, os livros do Harry Potter e todos os seus personagens, o Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa, a São Silvestre inteira, o mundo, o universo querendo te foder ou ser fodido por você e alguns ainda ousam dizer que sempre te amaram. Aff!!! É pra ir ali morrer.