Bom! Eu sempre gostei de ler, também de escrever... Ah! Escrevi algumas peças de teatro, até uma trilogia “Entre Mundos e Dentro do Tempo”. Magia! Com certeza fala de magia, de romance, de amizade, de sabedoria e de amor, ai de amor. Cheguei até a esboçar algumas canções, talvez em momentos de loucura, de transe ou de sei lá o que. A minha mente é bem complexa (qual mente não é?). Eu viajo bastante num mundo paralelo ao nosso, nos mundos melhor dizendo. Aliás, eu estou em qualquer lugar, menos aqui. Aqui é chato, as pessoas são chatas (nem todas, mas a maioria), eu sou chato, bem chato. Tudo parece-me muito estranho e o dito normal pra mim é difícil de entender. Eu gosto do não convencional, até do antissocial, é que tudo tem um charme que sempre acrescenta. Uau! Já ia esquecendo, eu tenho um canal no Youtube com foco em variedades e espiritualidade. Também estou nas redes sociais e por enquanto e nenhuma página policial. Tenho também o padrão social, estudei (Nossa!!! Estudei bastante...), trabalho no serviço público, trabalho com animais pessoas, animais-animais, pessoas animais, enfim, trabalho. Tenho família, tenho amigos, bons amigos, grandes amigos. Tenho dependência afetiva com alguns desses amigos. Tomo medicamentos (até psiquiátricos, putz!!!), pratico exercícios (hum!!! Delícia), me alimento corretamente e às vezes incorretamente porque a comida é boa ao meu paladar. Sou intenso, sou sensível, não sou simpático, tenho um coração bom, mexe comigo mexe! Cozinho, limpo, lavo, não passo, saio, danço, bebo (socialmente “sei”), cigarros e drogas ilícitas, to fora. Apoio as putas, os gays, os loucos, os artistas. Eu também sou artista, ator dizem, com DRT e tudo. Contemplo a natureza, nela reside o Grande Espírito do Bom Deus a quem sou grato e tenho fé. É...Somente com muita fé pra aguentar tanta loucura. Eu rio de coisas absurdas e me emociono com coisas que ninguém dá importância. Sou de câncer com ascendente em sagitário e lua em leão, ou seja, nada é fácil de se entender. Acordo de mau-humor e preciso de café. Por ser eu hiperativo, sou ansioso (com direito a crises generalizadas [assim classificou o psiquiatra]). Têm momentos, horas, quase sempre que prefiro estar só, a solidão me faz bem e me dá paz. Paz! Não tire a minha paz, eu viro bicho. Não ligo pra opinião que não me acrescenta. Sou um anjo, mas posso ser perfeitamente um demônio. Sou adepto ao Druidismo Celta praticante de um Círculo de Magia; feiticeiro, mago, druida, afins, blá-blá-blá, algo do gênero. Macumba não, por favor, macumbeiro não é bem meu estilo. Bruxo! Talvez, gosto desse termo, sou bruxo. E daí? E daí que eu resolvi criar esse blog e escrever histórias, contos, canções (quem sabe), piadas, pensamentos, alucinações, dramas. Escrever, escrever, escrever... É isso!

sexta-feira, 7 de março de 2014

Sangue nobre

A região de Abraham era cortada por vales e montanhas fascinantes. O clima era agradável na maior parte do ano, com suaves brisas sulinas e céu coberto por uma fina camada de nuvens que impedia a luz do Sol de ultrapassar. Esse clima era propício às chuvas, algumas épocas elas eram constantes sendo que no inverno até a neve dava o ar de sua graça fazendo a temperatura despencar abaixo de zero. Sobre as montanhas, majestosas árvores formavam grandes bosques cercados de campos com predominância de alecrim. A arquitetura local lembrava muito as construções medievais, vilas eram bastante comuns na região e até impressionantes castelos ali existiam. Era num desses, o Castelo de Ludham, que vivia a mais nobre descendente da última linhagem real dos Coans, a rainha Helena. Uma família de nobres reis e rainhas que deram início a colonização de Abraham. A região não vivia em regime monárquico desde o falecimento dos tataravós de Helena, mas ainda assim os nobres Coans influenciavam na administração local.
Numa outoniça noite de Abril, Helena caminhava no bosque de Gerard, cujo nome homenageava o primeiro dos nobres Coans, soprava uma brisa suave, o céu estava límpido e estrelado e a rainha vestia um charmoso sobretudo azul real, luvas e cachecol de plumas. De beleza deslumbrante, Helena era alta, olhos verdes e cabelos negros ondulados, uma verdadeira dama cujos lábios eram marcados por um forte batom vermelho. Em meio às árvores ela sentia aquela atmosfera intensa, abria os braços como se a energia emanada do local lhe trouxesse paz espiritual. Deitou sobre as folhas caídas da estação e fechou os olhos respirando lenta e profundamente, de repente um farfalhar penetrou seus ouvidos fazendo-a despertar de seu transe. Rapidamente se pôs de pé e perguntou quem estava ali, não obteve resposta. Recompôs-se e começou a caminhar em direção ao castelo de Ludham, Helena tinha a sensação que estava sendo observada. Ela olhava para trás na esperança de encontrar alguém, concluiu que era algum animal e foi para o castelo. Ao chegar deparou-se com o relógio sobre a lareira da sala marcando uma da manhã, seguiu para seu quarto para então banhar-se em sua banheira de ervas, pétalas e sais. Na sacada de seu quarto a janela entreaberta fazia com que a brisa balançasse as cortinas brancas, atrás delas um homem forte, loiro, olhos negros penetrantes e pele pálida como a neve a observava. Ela terminou seu banho, secou-se e colocou uma camisola de seda rosa, penteou seus cabelos e foi até a sacada, deu um grito ao ver aquele homem. Mas, ele pediu para ela ficar calma que ele não iria lhe fazer mal. Como ela continuou a gritar, ele a segurou e olhou dentro dos seus olhos compelindo-a. Hipnotizada ela acalmou-se e perguntou quem era ele e o homem cordialmente beijando em sua mão apresentou-se como Erick. Desconfiada Helena quis saber como ele havia subido até ali sem que ninguém o visse, ela não compreendia como ele havia passado pela guarda que ficava na porta do castelo. Ele disse que havia subido agarrando-se nas paredes e ela disse que era impossível uma vez que o castelo tinha mais de trinta metros de altura. Com medo, mas compelida a não gritar por socorro ela rapidamente entrou para seu quarto e percebeu que Erick não a seguiu. Estranhando a atitude dele e não querendo acreditar na possibilidade de que aquele homem poderia não ser humano resolveu perguntar-lhe: - O que é você?

- Eu sou um vampiro – respondeu ele olhando fixamente para ela que imediatamente recuou para próximo à porta de seu quarto com olhar assustado. – Não tenha medo, não posso lhe causar mal estando onde estou.
- Fique longe de mim – disse ela. – Eu não irei convidá-lo para entrar.
- Te observo todos os dias, todas as noites, em quase todas as suas atividades desde quando você nasceu, se eu quisesse causar algum mal a você já teria feito – disse ele cuja voz emitia um som que enfeitiçava todo o corpo de Helena.
Tomada pela voz do vampiro e sentindo verdade em suas palavras, ela soltou a maçaneta da porta que segurava e enchendo-se de coragem foi até a sacada e o abraçou fortemente. Sentiu-se completamente envolvida por Erick e concluiu ser louca por fazer aquilo diante do que seria um monstro. O calor do corpo de Helena fez vibrar o corpo do vampiro fazendo-o beija-la profundamente. O beijo trouxe a ele uma temida sensação ao tocar o pescoço da bela, a veia da jovem pulsava um líquido quente e tentador desequilibrando todo controle que Erick estava tendo ao lidar com a moça, a intensidade com que ela o abraçava e o beijava tornou-se propício para sua natureza revelar-se e ele a mordeu vagarosamente fazendo-a gemer de dor e prazer. Um prazer que a fez perder a cabeça e entregar-se. Uma sensação mais forte que o ápice sexual e mergulhada naquele êxtase, ela caiu sobre ele que alimentado a tomou em seus braços e saltou da sacada rumo ao bosque para recostar-se abaixo de uma árvore acariciando Helena por horas até que ela despertou e ele desapareceu. Assustada e liberta daquela inebriante sensação ela tocou seu pescoço e percebeu que não havia nenhum ferimento ou rastro de sangue. Ainda absorta foi para o castelo olhando para todos os lados como se procurasse alguém. Ao chegar em seu quarto, deitou-se sobre sua cama e adormeceu mergulhada na incerteza do que de fato havia ocorrido.